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Para você a comida é vilã ou amiga?

Você já pensou qual o papel da alimentação na sua vida? Como você se relaciona com ela? Você consegue identificar quando está com fome ou quando está com vontade de comer?

Se a comida serve para uma função básica, que é nos mantermos vivos, por que muitas vezes a transformamos em vilã?

Fazendo um recorte dentre tantas possibilidades, podemos pensar que a comida tornou-se vilã a partir do momento que o corpo passou a ter uma importância na nossa cultura e sociedade, sendo assim, ter o corpo ideal passa a ser considerado sinônimo de felicidade. Que corpo ideal é esse que você busca? Será que existe?

A principal característica do ser humano é sua singularidade, seja de corpo ou de personalidade. Somos seres únicos, portanto o corpo ideal é o seu.

Claro que cuidar do corpo é uma experiência saudável, é um cuidado consigo mesmo, mas deixa de ser saudável quando torna-se um sofrimento.

A comida também pode se transformar em vilã quando temos dificuldades em perceber nossas emoções, quando não conseguimos traduzir nossas emoções e transferimos para a comida, se estamos tristes comemos, se estamos felizes comemos.

Disse tudo isso para começar um assunto que permeia nosso cotidiano, e que certamente você conhece alguém que sofre disso, os transtornos alimentares. Quando lemos a palavra transtorno nos assustamos e muitas vezes não queremos falar, e sim precisamos falar sobre. Neste momento pode ter alguém do seu lado que pode estar passando por isso e precisando de ajuda.

Na maioria das vezes a pessoa que sofre de algum transtorno alimentar tem vergonha de se expor ou até mesmo acredita que seja um comportamento normal, afinal vivemos na cultura das dietas.

Então, vamos entender um pouco o que são os transtornos alimentares!?

De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), “os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou funcionamento psicossocial.” Podendo se manifestar sob a forma de diferentes tipos, apresento a seguir alguns deles:

Anorexia nervosa: A pessoa faz restrição persistente da ingestão de alimentos (sente fome e se obriga a não comer); tem medo intenso de engordar e uma percepção distorcida do corpo. As pessoas mantém um peso corporal abaixo do peso mínimo normal para idade e/ou gênero para isso realizam dietas extremamente rígidas.

Bulimia nervosa: É caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar e comportamentos compensatórios, ou seja, a pessoa tem a sensação de falta de controle diante da comida e ingere uma quantidade exagerada de alimentos seguidos de comportamentos compensatórios (chamados de purgação) para impedir o ganho de peso, como a indução ao vômito, o uso de laxantes, diuréticos, jejum ou excesso de exercícios.

Transtorno de compulsão alimentar: É a ingestão num curto período de tempo de uma grande quantidade de alimentos, associado a um sofrimento intenso sobre seu comportamento e a sensação de não conseguir parar de comer, os episódios de compulsão estão associados a pelo menos três destes aspectos: comer muito mais rápido do que o normal; comer até se sentir desconfortavelmente cheio; comer muito mesmo sem fome; comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo e sentir-se culpado e/ou deprimido após esse comportamento.

Pica: É a ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, não alimentares, durante um período mínimo de um mês. As substâncias típicas ingeridas tendem a variar com a idade e a disponibilidade e podem incluir papel, sabão, tecido, cabelo, fios, terra, giz, talco, tinta, cola, metal, pedras, carvão vegetal ou mineral, cinzas, detergente ou gelo.

Transtorno alimentar não especificado: É o diagnóstico aplicado para os casos com quadros inespecíficos, em que os sintomas característicos de um transtorno alimentar que causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas não preenchem todos os critérios de nenhum transtorno específico.

Então, você conhece alguém que tem algum desses comportamentos?

Qual a causa?

Não há uma causa específica, são vários os fatores que podem influenciar no desenvolvimento dos transtornos e podem afetar homens e mulheres de todas as classes sociais.

Será que preciso de ajuda?

Caso você sinta culpa ao comer, come escondido, tem preocupação excessiva com o corpo, faz dieta constante sem acompanhamento, tem preocupação excessiva com tudo que vai ingerir, deixa de realizar alguma atividade importante no seu dia a dia, tem um sentimento de ódio por seu corpo, são alguns sinais importantes que precisam de uma maior atenção.

Existe tratamento?

O tratamento consiste num acompanhamento multiprofissional com nutricionistas, psicólogos e psiquiatras. Com tratamento você poderá ressignificar o papel que a comida tem em sua vida.


O Integrate Psicologia tem profissionais que podem ajudar com questões relacionadas aos transtornos alimentares. Acesse nossa página Integrate Psicologia e conheça nossos atendimentos.


*Viviane Mariz Alencar é psicóloga clínica, parceira do Integrate Psicologia.




Bibliografias consultadas:

American Psychiatric Association. DSM-5. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Vianna, M. Da geladeira ao divã: psicanálise da compulsão alimentar. Curitiba: Appris,2016.

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